quarta-feira, 9 de junho de 2021

monólogo

Nos braços de quem hei de deitar
Enquanto à espreita mantiver-se a certeza de uma felicidade incerta
Quando o caos afrouxa a corda bamba que tanto me segura nesta morte prematura que se faz minha vida
Dúvida dos que partiram e tanto me pediram para que ficasse por perto
Seguros de que a iniquidade jamais surtiria efeito contrário
Era uma morte bem vinda
Eu nunca quis ser tão sozinha
Não agora, mas hei de confessar ainda, por vezes é deveras prazeroso ser assim tão minha
Eu sei, nunca fiz total sentido
Silêncios e eu lírico.

Às vezes muito viva, por vezes já extinta, a alegria, a fé, a calmaria
Oh, efêmeras luzidias
Lembranças tao únicas de abraços que em realidade jamais hao de tocar-me novamente
Apenas em sonhos exímios que despontam em minha mente
Seria cedo demais para tentar jogar-me no mar do amor novamente?
Desejos reluzentes em meio aos pavores de lembranças que afloram deprimentes
Reaparecem e me entristecem, você sabe, a escuridao já marca presença há muito tempo

Por quanto tempo voce acha que tenho sangrado?
Quantas vezes supõe terem-me negado a liberdade do sagrado viver que aos homens tanto é permitido?
Por quais olhos manterei a enxergar-me ainda?
Pretendo de fato conhecer-me por completo? 
Não nego, o que é profundo demais me corrompe em calafrios malditos
Em quantos machucados oriundos destes traumas imundos precisarei tocar até me cansar deste lugar em que não mais sou bem vinda?

Pavor de um futuro obviamente incerto
Os horrores estao à direita, quando hei de voltar à ternura que conheci apenas nos sonhos que tanto teci na madrugada fria?
Querida eu, dores e feridas jamais me levarão à felicidade que procuro
Sei que é necessario o contato efêmero e fugaz, mas como esqueçer dos toques invasivos que tanto revivem em memória árdua que insistem em me matar?
Céu escaldante ou inferno vibrante, onde localizo meu lar?

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