sábado, 14 de agosto de 2021

Não virou amor, virou poema.

Não virou amor, virou poema

Tristeza quando dança

Lorde e Melodrama

Ela é abismo de cores que idealizo pular


Reinventei a melancolia risonha

Presa na essência 

Em infinita distância 

De uma boca que não há de me chamar


Ainda acordo às quatro da madrugada

Para escrever em vão à amada

Serenatas simbólicas 

Temo que ela nunca as lerá


Poderia dançar na minha tempestade

Gozar até tarde

Ficar à vontade nessa tragédia envolvente
Molhar a face na água da minha felicidade ardente


Em meus sonhos ainda recito versos bonitos de fidelidade

Numa prosa deprimente de saudade

À morte de um amor que ainda vive em minha mente:

Foi-se cedo demais, partiu sem deixar resquícios de reciprocidade.


Eu te imagino em via dupla em contato comigo

De frente ou de costas num abraço amigo

Tesoura que não corta mas gruda

Estaria eu fadada a amar separada do grande amor da minha vida?


Afinal, quanto tempo dura

O que nasceu para morrer

Em meus pensamentos, te juro

Há três meses só dá você


Eu saboreio o seu prazer

Nos imagino rodeadas de amor e arte

Saturno e Marte

Sheila Jeffreys e Audre Lorde


Ao oposto que me entregava apenas inteiras metades:

Refiz-me no pó que me tornaste


Te vejo colorida nas entrelinhas do meu caderno cinza

Romantizo teu fogo que me queima inteira

Da prateleira das lembranças pego novamente

Sua presença quando se faz tão ausente


Não virou amor, virou poema

Tremedeira dos pés à cabeça

E eu não poderia passar a eternidade sem te deixar saber

Que me encontro ao me perder


E eu só queria que fosse com você.


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