Te disse que minha maior característica era a lealdade à minha verdade
Modéstia à parte, naquela conversa de domingo eu estava omitindo todo afeto que venho nutrindo por você
Eu não queria que fosse apenas amizade o que existe entre a gente
Mas aceito a sua inteira metade.
Me mantenho inerte em pensamentos frequentes
Não sei por quanto tempo conseguirei guardar este segredo
Essa fúria e esse tormento
Queria poder manifestar tamanha confusão eloquente sem te perder
Eu não sei se sequer conseguiria te ver sem me perder em vagos tomos de momentos que incendeio em minha mente.
Desde os primórdios de minha vida
Meus sonhos repousaram logo cedo
Quanto sentimento bonito poderia caber num silêncio?
Por que tanto afeto ligado à tamanha confusão permanente?
Estou fadada à esta luta, e este degredo
Minha solidão não tem medo
Me elogia na alegria de viver uma vida toda sozinha pegando fogo em segredo.
Confissões da meia noite escritas durante o dia
É tudo rima, e saudade
Na realidade, eu sei, tudo o que em parte te dei foi ambiguidade em fantasia.
Não há reciprocidade naquilo que não pôde ser dito.
E eu choro entre lamúrias, pois resisto em acreditar que é tudo o que me resta
Nessa meia noite canhestra, entre outonos e primaveras, meus sonhos favoritos percebo escoar
É estranho e irônico, afasto-os para longe, mas meus pesadelos conseguem sempre me acompanhar.
Eu não consigo evitar, escrevo para não me perder de vista
É ambíguo, não nego, o inferno é o céu agridoce do meu lar.
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