segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Ambiguidade

Te disse que minha maior característica era a lealdade à minha verdade

Modéstia à parte, naquela conversa de domingo eu estava omitindo todo afeto que venho nutrindo por você

Eu não queria que fosse apenas amizade o que existe entre a gente

Mas aceito a sua inteira metade.


Me mantenho inerte em pensamentos frequentes

Não sei por quanto tempo conseguirei guardar este segredo
Essa fúria e esse tormento

Queria poder manifestar tamanha confusão eloquente sem te perder

Eu não sei se sequer conseguiria te ver sem me perder em vagos tomos de momentos que incendeio em minha mente.


Desde os primórdios de minha vida

Meus sonhos repousaram logo cedo

Quanto sentimento bonito poderia caber num silêncio?


Por que tanto afeto ligado à tamanha confusão permanente?

Estou fadada à esta luta, e este degredo

Minha solidão não tem medo

Me elogia na alegria de viver uma vida toda sozinha pegando fogo em segredo.


Confissões da meia noite escritas durante o dia

É tudo rima, e saudade

Na realidade, eu sei, tudo o que em parte te dei foi ambiguidade em fantasia.


Não há reciprocidade naquilo que não pôde ser dito.


E eu choro entre lamúrias, pois resisto em acreditar que é tudo o que me resta

Nessa meia noite canhestra, entre outonos e primaveras, meus sonhos favoritos percebo escoar

É estranho e irônico, afasto-os para longe, mas meus pesadelos conseguem sempre me acompanhar.


Eu não consigo evitar, escrevo para não me perder de vista

É ambíguo, não nego, o inferno é o céu agridoce do meu lar.


0 comentários:

Postar um comentário