Eu cuspo o gozo da arte
Da justiça que sempre tarde
Nos olhos de quem não me vê
Eu enceno boas poesias
Lamúrias que fantasiam alegrias
No imaginário de quem não me lê
Eu danço uma dança frouxa
Pulo precipícios e se abrem asas azuis e roxas
Em um agosto de orgulho tão gostoso de escrever
À quem entende minhas loucuras do ser
Amores tão fracos, seus olhos são mares agitados para se perder
Lhe escrevo poesias que é pra não me permitir enlouquecer
Delírio sadio do sistema
Recuso-me a virar estatística em cena
De quem me mata com tanto prazer
Ausência de reciprocidade sempre arde
No peito que ela não deita num domingo à tarde
No corpo que nunca esquenta e sempre anseia se ausentar do viver
“Eu amo muito quando mulheres se permitem enaltecer”, ela disse
E eu, na ânsia da ansiedade, esqueci de lhe dizer
Será que já é tarde para demonstrar a vontade que eu tenho de te ter?
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