domingo, 31 de janeiro de 2021

Análise critica de paixões e suas mortes prematuras

Guardo em mim um melancólico enredo, e eis que aos prantos descrevo olhos narcísicos que tanto sorriam e apenas se permitiam me enxergar em segredo


Mãos que jamais seriam dadas em público, lástimas e devaneios


Prestei-me ao medo que desde os primórdios da vida mantive, segurei as correntes da morte, frágeis e firmes, corda bamba e espada de dois gumes

Nos sonhos que ainda o via, ele me não mais me sentia, de véu escuro, ao céu nublado, dizia amar meus machucados, meus sonhos quando tão bem guardados no inconsciente de quem não amava meu amor próprio

No ódio e ócio eu era mantida, entre gritos aturdidos e pesadelos coloridos ele ria

As asas que há muito me cortaram, sangram ainda

E eu corria em busca do que não me aguardava, sempre puxada de volta a sete palmos abaixo da terra que tanto sufocava

Abafava o consciente, desagradava a ideia de me ausentar em sonhos verídicos e sadios que pouco frequentava ao invés das realidades em tormento que me encontrava enclausurada

Tremendo entre imaginações instáveis e trágicas no chão gélido e sem vida

Se ao menos eu não mais me apaixonasse por sádicos com prazeres utópicos da consciência fraca e falsamente viril que tanto contemplam, eu não me permitiria voltar ao preto e branco quando as cores quentes se ausentam

Eu não me permitiria escrever sobre dores de antigos amores quando novos se apresentam

Eu não mais precisaria enterrar e desenterrar imagens de pessoas em memórias que não mais precisam voltar

No entanto, prometo: no momento o enredo se encontra em produção científica

Análises críticas em pesquisa dessa morte que finalmente não mais ousarei contemplar em vida.

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