segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Medo.

Eu tenho medo, não minto. Tenho medo de acordar um dia e não conseguir encher meus pulmões de coragem pra levantar da cama e não ter vontade de enfrentar o dia. Tenho medo de afastar as pessoas que mais amo e elas me acharem idiota ou egoísta e não tentarem entender meus motivos. Tenho medo da rejeição, acordar um dia e ouvir que não me amam mais. Tenho medo da escuridão e dos sentimentos horríveis e não passageiros que nela se encontram. Tenho medo de me socializar e as pessoas gostarem tanto de mim a ponto de quererem manter contato. Tenho medo do cotidiano, quedas, tropeços e não conseguir me levantar ou, pior, que isso demore mais tempo do que estou acostumada a enfrentar. Tenho medo de voltar à rotina de sobrevivência e passar dia após dia enfrentando o caos sem conseguir tirar proveito das coisas bonitas que existem. Medo da ressaca. Do voo. Da descida. Tenho medo de tudo o que considero essencial para que, após isso, a felicidade me abrace, porque, na verdade, eu sei que preciso passar por tudo isso, mas tenho medo, não minto, não quero ter que enfrentar tudo sozinha.

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