sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Fracassos e vitórias da rotina.

Eu fiquei deitada esperando a sensação passar. Mas ela não passou. Tentei me agarrar a uma única luz, qualquer uma que viesse, mas não veio, eu não tinha força o suficiente pra fazer com que ela chegasse até mim, eu só sentia o acalento, a veracidade, o doce amargo da existência, o aperto e a satisfação que era estar agoniada novamente por ele, a escuridão, a atenção que eu mantinha em todos os sentidos que se faziam presentes, de uma só vez, naquele exato instante. Eu estava me afogando e não sabia nadar. Eu tentei imaginar um futuro bom pra mim, com pessoas que demonstravam o quanto me queriam por perto, eu juro que tentei, mas não consegui. Mas tudo bem, porque ninguém tentava me manter por perto mesmo. O dia mal havia começado e já havia uma guerra dentro de mim. Eu tentei prestar atenção na vida, por pior que isso soasse na minha cabeça naquele momento, foquei na natureza, nos bichinhos ao meu redor. Pensei nos meus gatos, na minha cadelinha, na minha coelha, no cara que eu estou apaixonada e em todos os sentimentos bonitos que tenho por ele, que não são poucos, na minha melhor amiga, minha alma gêmea. Eu tentei pensar que tudo ficaria bem, mas não era isso o que eu sentia, existiam pensamentos mais fortes que conseguiam sugar toda e qualquer energia feliz de dentro de mim. Eu me sentia uma derrotada e nem havia chegado aos primeiros 30 minutos do meu dia, após as primeiras piscadas das pálpebras, após minha primeira visão do dia: nublado lá fora, chuvoso aqui dentro. Eu só sabia que, em algum momento, por pior que eu estivesse me sentindo, aquela sensação iria passar. Essa era a única certeza que eu tinha. Nada dura pra sempre. Por pior, ou melhor, que isso soasse. Eu tinha que me agarrar a essa certeza. Eu fiz tudo o que podia pra ficar bem e mesmo tendo fracassado, eu tentei, e só por ter tentado já era uma razão mais do que suficiente pra fazer com que ter acordado tenha valido a pena.

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